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De repente – por Paulo Mendes Campos

O cronista reflete sobre deixar de escrever, em texto publicado na revista Manchete em 19 de dezembro de 1964. “De repente, pela primeira vez com essa intensidade, luminosa e embriagadora, a tentação de deixar para todo o sempre de escrever. Ah, deixar de escrever! Como quem deixa de beber e se inebria de sobriedade.”

dez 2014 Leia mais →

A discoteca – por Carlos Drummond de Andrade

Um diálogo sobre a venda de uma discoteca é o tema desta crônica. “Com a emoção na voz, como se contasse a amputação de um de um braço, ele me comunicou pelo telefone que vendera a sua discoteca. Discoteca preciosa, especializada: levara 30 anos para formá-la. Todos a admiram e invejam”.

dez 2014 Leia mais →

As eleições americanas (I) – por Rachel de Queiroz

A escritora comenta as eleições de 1964 nos Estados Unidos, quando o presidente Lyndon Johnson foi reeleito. “Nas semanas anteriores à eleição havia muita discussão, suspense e propaganda, é verdade; mas tudo muito longe daquele ambiente de competição histérica, promovida pelos candidatos, que se vê no Brasil.”

dez 2014 Leia mais →

O armador – por Paulo Mendes Campos

“Na primeira vez que fui a Porto Alegre queria ser soldado. Contava dezoito anos e (o verbo é adolescente) almejava uma vida a grande velocidade entre o céu e a terra, voando na liberdade da minha solidão.”

nov 2014 Leia mais →

A.F.L. – por Carlos Drummond de Andrade

Em sua crônica, o escritor homenageia Antônio Francisco Lisboa, o artista conhecido como Aleijadinho. “Começo a acreditar que Antônio Francisco Lisboa não tenha jamais existido. Existiu foi uma angústia em forma de gente, erran­do longo tempo nas estra­das do ouro.”

nov 2014 Leia mais →

América, ribeira do Atlântico – por Rachel de Queiroz

A reconstrução de Wílliamsburg, nos Estados Unidos, faz a escritora refletir sobre os tesouros históricos brasileiros e como poderiam ser recuperados e explorados turisticamente. “E eu fico pensando na nossa Ouro Preto — no que não seria aquele tesouro de verdade na mão de americanos”.

nov 2014 Leia mais →

Leituras feriadas – Carlos Drummond de Andrade

“Sábado, domingo e se­gunda-feira o Brasil não funcionou, e todos aprova­ram o desligamento da corrente. Quem tem carro se mandou pelas estradas, em demanda de um ponto mais cômodo para não fazer na­da; quem não tem, pegou o trem, que ainda presta ser­viço. E houve os que se dei­xaram ficar em casa, sábios dos sábios, que não se dão ao trabalho de procurar re­pouso fora de si mesmos.”

nov 2014 Leia mais →

A eterna ‘jeune fille’ – por Rachel de Queiroz

A escritora explica a diferença entre fille e jeune fille e diz que “nas conversas e na literatura, o pessoal anglo-saxônico quando quer falar em malícia, no eterno frívolo feminino, em sol­tura de costumes, em pecados, senão da carne, pelo menos da pele — diz que aqui­lo são ideias francesas, hábitos franceses”.

out 2014 Leia mais →

Mobilidade – por Carlos Drummond de Andrade

“– Dá licença? O cava­lheiro permite que eu rou­be dois minutos de seu pre­cioso tempo? Quer colabo­rar conosco no censo de mobilidade? Não se molesta se eu lhe fizer umas per­guntinhas ligeiras?”

out 2014 Leia mais →

Brasil, ontem e hoje – por Rachel de Queiroz

A escritora comenta a situação do Brasil em outubro de 1964. “Ora, afinal parece que as coisas estão tomando jeito. Mesmo com o dólar tão caro, mesmo com a vida tão cara. O povo já se convenceu de que, de agora em diante, há alguém tomando conta, se esforçando, trabalhando dia e noite, quebrando a ca­beça para acertar.”

out 2014 Leia mais →

Alécio & criança – por Carlos Drummond de Andrade

“Olha, descobre este segredo: uma coisa são duas – ela mesma e sua imagem. Repara mais ainda. Uma coisa são inúmeras coisas”, escreveu Drummond para Alécio de Andrade em 1964. O cronista aconselha seus leitores a verem a exposição “Itinerário da infância”, com fotografias de crianças produzidas por Alécio e reproduz algumas palavras que ofereceu ao fotógrafo.

set 2014 Leia mais →

Brasil em dicionário – por Carlos Drummond de Andrade

“De muitos livros me tenho desfeito, porque os julgue fúteis ou deixem de servir-me, porém nunca abri mão de um dicionário, e meu desejo maluco, mas compreensível, seria possuí-los todos numa edição concentrada que, contendo a suma dos tesouros verbais do universo, fosse o Dicionário da Vida.”

set 2014 Leia mais →

Fantasmas – por Paulo Mendes Campos

“A história é um pesadelo de que me esforço para despertar, diz um personagem de James Joyce. No mundo nosso o próprio presente se faz pesadelo. Científico em sua aspiração, pondo na técnica a sua mais extrema confiança, dividido em dois campos, militarizado na área estatal e dos grandes interesses econômicos, eis o admirável mundo novo — as coisas aberrantes estão nos jornais que lemos pela manhã e à tarde.”

set 2014 Leia mais →

Rio, de novo – por Rachel de Queiroz

A escritora comenta a situação econômica no Rio de Janeiro e no país. “Vamos ter esperanças. Lembre­mo-nos como é que a gente estava e como é que já está. A massa falida que era o país, se organizando para balanço, apurando as perdas, raspando os poucos lucros no fundo do tacho.”

set 2014 Leia mais →

Cruzeiro forte – por Carlos Drummond de Andrade

Um projeto que manda extinguir o centavo e outro que que institui o cruzeiro forte são o tema desta crônica de Drummond, publicada em 19 de agosto de 1964, no Correio da Manhã.

ago 2014 Leia mais →

Ser contra ou a favor – por Rachel de Queiroz

“Como não apoiar o marechal Cas­tello Branco, homem de tão alta catego­ria, como dificilmente é dado ver igual em posto de governo?”

ago 2014 Leia mais →

Janela mágica – por Carlos Drummond de Andrade

O autor comenta o livro de crônicas de Cecília Meireles, ainda em preparativos para publicação naquele agosto de 1964. “Nessas páginas, a autora de Mar absoluto oferece uma vista nostálgica da infância a prolongar-se pela vida a fora.”

ago 2014 Leia mais →

O reino das lembranças – por Paulo Mendes Campos

“O passado é o espaço de cada um. O que aconteceu é tarefa já cumprida, vida que se obteve de percepções ilusórias, reino tran­quilo dos emotivos. Eis por que estremeço todas as manhãs, quando o mundo se impõe a mim outra vez. No decorrer de um dia há ci­ladas suficientes para que o passado de um homem se transforme com violência.”

ago 2014 Leia mais →

O parque – por Carlos Drummond de Andrade

Drummond comenta um filme feito por alunos de colégio estadual que participaram de um curso experimental de cinema: “[…] vendo se sucederem as imagens de O Parque, fui sendo conquistado pelo que via, e o tempo que senti passar foi o tempo emocional e humano da história do filme.”

jul 2014 Leia mais →

Regeneração – por Rachel de Queiroz

“A Revolu­ção, esta nossa revolução de 31 de março, não pode se limitar a ser apenas o que foi até agora — um movimento armado que promoveu a derrubada dos corruptos do poder e a instalação de um governo decente e austero. Isso é apenas a pri­meira etapa.”

jul 2014 Leia mais →

Uma cor – por Carlos Drummond de Andrade

O cronista escreve sobre o aparecimento de meias pretas em pernas femininas, em julho de 1964.

jul 2014 Leia mais →

O vendedor de gravidade – por Paulo Mendes Campos

Nesta crônica, o escritor fala sobre genialidade, citando Chaplin e Pelé, da sua vontade de descobrir a verdadeira fonte de renda ou prestígio das pessoas e do vendedor de gravidade, um tipo que realmente o impressiona.

jul 2014 Leia mais →

A caça às feiticeiras – por Rachel de Queiroz

“O problema é dificílimo. Todo o mun­do está de acordo em que o governo precisa identificar e punir os inimigos pú­blicos que estavam leiloando o Brasil a essa espécie de socialismo degenerado que se convencionou chamar “comunismo in­ternacional”; mas todo o mundo também exige que a eliminação dos focos de insur­reição se faça sem se cair no erro extre­mo da caçada cega às feiticeiras, sem se atacar essa cidadela que é o próprio cora­ção da democracia: a liberdade de pensa­mento e de palavra.”

jun 2014 Leia mais →

O mainá – por Carlos Drummond de Andrade

O cronista comenta a morte do mainá de Garrincha, pássaro que era grande paixão do jogador, pelas mãos de sujeitos não identificados, pouco depois do golpe militar.

jun 2014 Leia mais →

Relembrando princípios – por Paulo Mendes Campos

O cronista relembra sua participação no I Congresso de Escritores, realizado em 1945 na cidade de São Paulo: “Execrar eu execrava a ditadura estado-novista; mas, se queria com muita candura a liberdade, não tinha, e não queria ter, boboca, a consciência do que isso representava para a responsabilidade de ser ho­mem e de pensar.”

jun 2014 Leia mais →

O beijo dos jovens – por Carlos Drummond de Andrade

“O Dia dos Namorados, o mais prudente é não comemorá-lo este ano, ou nunca mais. Pois um senhor deputado foi à Assembleia Legislativa e apresentou projeto que institui a Polícia de Repressão aos Crimes de Ofensa ao Pudor Público. Entre esses crimes figura o beijo, colocado assim na mesma área nefanda do homicídio, do incêndio culposo, do latrocínio, da moeda falsa e de outras práticas antissociais definidas no Código Penal.”

jun 2014 Leia mais →

Do processo de Kafka – por Paulo Mendes Campos

Nesta crônica, é apresentado o caso de José K.: abordado por investigadores não identificados, o personagem é detido e processado por razões que não consegue compreender.

jun 2014 Leia mais →

A nova revolução – por Rachel de Queiroz

“Um dos aspectos mais importantes e tranquilizadores desta revolução que veio tirar o Brasil do charco janguista é que ela não se arreceia de ser revolução mesmo. Dá aos seus chefes o título de co­mando revolucionário, proclama-se revolução sem medo da palavra e, com o Ato Institucional, como que materializou, documentou o fato concreto e assumiu abertamente todas as responsabilidades do movimento armado de libertação nacio­nal.”

maio 2014 Leia mais →

O amor acaba – por Paulo Mendes Campos

Paulo Mendes Campos reflete sobre o amor em sua crônica e diz que “[…] às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter exis­tido; mas pode acabar com doçura e esperança […]”.

maio 2014 Leia mais →

Antielegia do centavo – por Carlos Drummond de Andrade

“Não chorarei a morte do centavo, que um deputado propôs e a Comissão de Justiça da Câmara aprovou. Ele teve vida curta e nunca se impôs. Nascido em 1942, e cunhado em moedas de 10, 20 e 50 – espécie de figurativismo abstrato – sua capacidade aquisitiva era tão discreta que, a bem dizer, com ele se compravam apenas aborrecimentos.”

maio 2014 Leia mais →

A lista – por Carlos Drummond de Andrade

“– Como é, o seu nome está na lista?
– Claro, e com muita honra. Na lista dos que lutam por um Brasil melhor.
– Não é essa. A outra.
– Que outra?
– A nova lista de cassação de mandatos e de direitos políticos.”

maio 2014 Leia mais →

Dos bens imponderáveis – por Carlos Drummond de Andrade

“Eis que termina o prazo para declaração de ren­dimentos e bens, e ainda uma vez, de esferográfica no ar, o cronista se interroga, antes de preencher o formulário hieroglífico adquirido na papelaria: que são bens? que são rendimentos?”

abr 2014 Leia mais →

Lavoro – por Rachel de Queiroz

“Nas horas de crise, quando se varam noites inteiras em vigília cívica, junto ao telefone e ao rádio, esperando o estado de sítio, a proclamação dos generais, a prisão do líder, não há como um bom tricô para acalmar os nervos enquanto se espera, ou para ritmar a voz dos locuto­res, enquanto se escuta.”

abr 2014 Leia mais →

Medo de avião – por Paulo Mendes Campos

“Escrevia tranquilamente a reportagem do eclipse, quando, de repente, não mais que de repente, o avião caiu e eu subi.”

abr 2014 Leia mais →

Hora de provar – por Carlos Drummond de Andrade

“É com tristeza misturada a horror que, ao longo da vida, tenho presenciado generais depondo presidentes, por piores que estes fossem. Será que jamais aprenderemos a existir politicamente? Não haverá jeito para o Brasil? “

abr 2014 Leia mais →

Palavra e silêncio – por Paulo Mendes Campos

“De minha parte sustento, por exemplo, que deviam existir conventos leigos, subvencionados pelo estado, onde a gente pudesse curar-se da sufocante atmosfera de palavras em que vive.”

abr 2014 Leia mais →

Carta – por Carlos Drummond de Andrade

“Não cresci, em comparação com o senhor. Tenho a idade que o senhor tinha quando me parecia velho — velho feito de baraúna e nervos, mas em todo caso velho. E sinto que não alcançarei nunca sua dimensão. Parou o tempo de crescer; muitos outros tempos pararam, nós mesmos estamos parados um diante do outro.”

fev 2014 Leia mais →