“Em longo manifesto datado de Montevidéu e lido na tribuna da Câmara ontem, pelo o deputado Doutel de Andrade, o ex-presidente João Goulart afirma que decidiu deixar o silêncio a que se havia imposto ‘por haver sempre falado ao povo na data em que Getúlio Vargas empenhou a própria vida para conter as terríveis forças do obscurantismo e para que pudéssemos prosseguir na dura caminhada da libertação do nosso povo e da nossa pátria. No documento, o ex-presidente admite ter cometido ‘erros da contingência humana’ durante o seu governo e diz tudo ter feito para identificar-se com ‘os sentimentos do povo e da nação’. Declara que não tem ressentimentos nem ódios, conclamando o povo ‘para a tarefa da restauração da legalidade democrática do poder civil e da dignidade das nossas instituições republicanas'”.
O Globo, 25 de agosto de 1964. Matutino, geral, p. 12.