O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) começou suas atividades poucos meses depois da campanha da Legalidade, em 1961, e teve excelente receptividades dos principais jornais do país. Oficialmente criado em 2 de fevereiro do ano seguinte por empresários do eixo Rio-São Paulo, “tinha o objetivo de integrar forças conservadoras e disseminar a ideia de que o avanço do comunismo no Brasil acontecia a passos largos”. Recursos norte-americanos financiavam o instituto, que teve Golbery como um de seus diretores. Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais e banqueiro, foi outro dos grandes financiadores.
O IPES “promoveu intensa campanha antigovernamental. Associando as propostas do governo ao comunismo, a entidade (…) publicou artigos nos principais jornais; produziu uma série de quatorze filmes de “doutrinação democrática” [produzidos por Jean Manzon], apresentados em todo o país; financiou cursos, seminários, conferências públicas; publicou e distribuiu inúmeros livros, folhetos e panfletos anticomunistas, dentre os quais UNE, instrumento de subversão, de Sônia Seganfredo”.
SANDER, Roberto. 1964: o verão do golpe. Rio de Janeiro: Maquinária Editora, 2013. p. 56-57