“Em comício no Rio de Janeiro, com a presença de 300 mil pessoas, Goulart preconiza a realização de reformas de base”. Antes de seguir para o palanque na Central do Brasil, João Goulart assinou, no Palácio das Laranjeiras, o decreto da Supra e da encampação das refinarias de petróleo.
O medo de um atentado a tiro fez os organizadores do comício mudarem o palanque de lugar três vezes. Durante o discurso, João Goulart anunciou o decreto do congelamento dos aluguéis, assinado no dia seguinte, que beneficiava efetivamente os inquilinos e tabelava os valores dos imóveis.
Brizola, Miguel Arraes, João Pinheiro Neto (presidente da Supra) e José Serra (presidente da UNE) discursaram antes do presidente. Goulart começou a falar às 20h46, com o apoio das três forças: general Jair Dantas Ribeiro, ministro do Exército, brigadeiro Anísio Botelho, da Aeronáutica, e almirante Sílvio Mota, da Marinha. Sobre os rumores de que planejava um golpe de esquerda, declarou: “desgraçada a democracia se tiver que ser defendida por tais democratas”.
FICO, Carlos. Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura Militar. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 208.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995, p. 574.
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